domingo

LA FONTAINE DE MARS

Devo confessar que o facto de Barack Obama ter lá almoçado com a família, aquando da sua visita a Paris, em Junho, não foi um factor decisivo para testar este restaurante, que está nos guias como muito boa opção. Mas, de facto, o presidente americano foi bem aconselhado.

A rue Saint-Dominique é uma artéria de comércio interessante, sem grande sofisticação mas com muita autenticidade parisiense. Fica na zona próxima da Torre Eiffel, perto das clássicas Vaugirard e de Grenelle, uma área de embaixadas e ministérios. O restaurante "cai que nem uma sopa" no ambiente do bairro, ao lado de uma fonte que dá graça ao local. O espaço é bem decorado, sem pretensões ostensivas, com uso de áreas exteriores nestes dias de Verão. O pessoal é impecável de simpatia, vestido com rigor, atento às mesas, com sugestões oportunas... e nem sempre as mais caras, como frequentemente acontece.

A cozinha é soberba, bem apresentada, embora a lista regular não seja longa - o que, cada vez mais, me parece uma qualidade. E as especialidades do dia, que variam muito, vêm na "ardoise", como é de regra. Como bistrot parisiense tradicional, tem os pratos mais ou menos óbvios para uma cozinha muito Sudoeste, mas apresenta-os com grande qualidade, em mesas de pano e guardanapos aos quadrados vermelhos e brancos, num velho estilo que se está a perder. A entrada - boa sugestão do dia - deu alegrias ao meu colesterol, que, depois, rejubilou com outra escolha, como prato principal. Boas sobremesas, para cumular o "pecado". O vinho (lista extensa, com alguns preços razoáveis) acabou por ser de "pichet", porque a crise está para todos, mas a sugestão do empregado, perante a minha hesitação, foi excelente.

Vou voltar, claro, embora o fim próximo da esplanada, com a chegada do Outono, deva tornar o espaço pequeno e, por isso, com necessidade de reserva bem antecipada. Estacionamento... esqueçam!


LA FONTAINE DE MARS
Endereço: 129, rue Saint-Dominique, 7ème Arr.
Telefone: 01 47 05 46 44
Metro: Ecole Militaire
Encerramento: não fecha

1 comentário:

patricio branco disse...

1 Em bruxelas sentei-me uma vez à mesa dum restaurante e na parede onde a mesa encostava havia uma placa de bronze informando que naquela mesa tinha jantado o presidente clinton, em tal data, etc.

2 A tv francesa internacional passou recentemente uma boa reportagem sobre a comida que se servia em muitos restaurantes franceses. Uma ou 2 pessoas jantavam num restaurante e esperavam depois (com uma equipa da tv) pelo fecho e despejo no lixo dos restos do dia. Rebuscando,encontraram caixas rotuladas que tinham contido pratos servidos no estabelecimento, mas cozinhados e embalados em fábricas abastecedoras da restauração.
Vários restaurantes sofreram a mesma busca escondida com iguais resultados.
Os da tv assaram depois à acção: ir falar com os donos ou gerentes dos restaurante e das fábricas de comida feita e põ-los perante a situação. Os responsáveis dos restaurantes acabaram por confirmar que a comida não era lá cozinhada, mas apenas desembalada, aquecida no microondas e o prato decorado antes de ir para a mesa.
Alguns dos restaurantes/bistrots tinham optimo aspecto, simpáticos, bem decorados.
Um deles tinha na cozinha só 2 filipinos que quase não falavam francês e uma enorme bateria de 20 micro ondas os pratos aqueciam.
A equipa de investigação visitou tambem as fábricas, que confirmaram o negócio de cozinhar, embalar e congelar pratos muito variados para a restauração.
Foram ouvidos especialistas de direitos dos consumidores, saude publica, etc.
Como os restaurantes não diziam que era comida caseira e a composição estava dentro das normas, nada haveria a dizer ou de ilegal.
Os restaurantes explicavam que cozinhar era caro e lento e que isso se reflectia nos clientes, espera e custo.
a reportagem tambem mostrou no entanto restaurantes onde tudo ali se cozinhava e até um que produzia grande parte dos alimentos frescos.
Talvez esta seja a prática do futuro, se o vinho não é feito no restaurante, porque não também a comida? Mas não deixei de sentir decepção e perplexidade e ficar de pé atrás.

3 Cada vez frequento menos restaurante, tenho prazer em comer em casa e quando vou fora é a sítios escolhidos (de que comprovadamente gosto) para passar 2 horas agradáveis com amigos e comer aquele prato que não se faz nunca em casa.